Para recordar: “Operação Limpa” foi ação da prefeitura em 2005 para dar fim à cracolândia

“O crack foi consolidado no governo do PT e foi crescendo”. Com essas palavras, o secretário de Cultura do Estado de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo, associou a degradação da região conhecida como cracolândia, no centro da cidade, à gestão da ex-prefeita petista Marta Suplicy (2001-2004).

A consolidação do consumo de crack na região da Luz vem ocorrendo desde os anos 1990. Diversas gestões já tentaram de algum forma acabar com a presença da droga no local. Desde Paulo Maluf até a atual gestão do prefeito Gilberto Kassab. Todas sem sucesso.

Em 2005, quando o então prefeito era José Serra (PSDB), a gestão municipal tentou, por meio da “Operação Limpa”, acabar com o consumo e o tráfico naquela região.

No dia 8 de março daquele ano, a Prefeitura de São Paulo, em parceria com o governo do Estado (administrado à época pelo atual ocupante, Geraldo Alckmin), mobilizou um contingente de 220 policiais militares para repreender e coagir o consumo e o tráfico no local, de maneira semelhante à operação que ocorre hoje.

Naquela ocasião, a operação acabou por levar os usuários para outras regiões do centro (outra semelhança com a atual operação). Saíram da região da Estação da Luz e foram para a praça Júlio Prestes. “Os pilantras [dependentes] saíram de lá e vieram todos para cá. Os noias precisam de tratamento, não de polícia”, disse à época um comerciante da região ao jornal “Folha de S. Paulo“. “Fizeram essa palhaçada toda só para aparecer na TV”.

“O importante é que a “cracolândia” não é mais aquela coisa concentrada, um endereço do crime”, disse o então sub-prefeito da Sé e atual pré-candidato tucano Andrea Matarazzo. “Também intensificamos a limpeza da área. Nosso trabalho é integrar as ações de segurança, com a ordenação do local para iniciar a revitalização”. Matarazzo que hoje carrega a fama de “higienista” -na qual ele nega.

Mesmo na época, a operação foi criticada. O então diretor de urbanismo do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) Cesar Bergstrom classificou a operação como  “isoladas” e “de marketing”, não tratando o problema na cidade inteira.

11 meses depois da “Operação Limpa”, o consumo na “cracolândia” voltou e o problema persiste, como se sabe, até hoje. “A região não é mais o endereço do crime. Nossa ação foi vitoriosa”, disse Matarazzo em fevereiro de 2006.

Hoje para Andrea Matarazzo o responsável foi “o governo do PT, que consolidou o crack na região central”.

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Jornalismo/Relações Públicas.
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